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O valor impagável de um pet: dando voz a quem não pode falar

Conheça quais são os pontos de vista de pessoas que atuam no combate à comercialização de pets no Brasil, bem como depoimentos dos responsáveis pela saúde e bem-estar do animal e mais.

Diversas pessoas não percebem ou até mesmo não acreditam no poder que a presença de um animal pode trazer para suas vidas. Além de uma lealdade infinita e um amor incondicional para com seu tutor e toda a família, ele auxilia na melhora da qualidade de vida dos indivíduos. Benefícios como diminuição do estresse, melhora considerável no humor, facilitação na interação entre pessoas idosas e crianças, prevenção de doenças e também a submissão a uma série de novas responsabilidades, dentre outras vantagens. Essa melhoria não está ligada somente aos nossos sentimentos e atividades diárias, mas também com a nossa saúde.

Pesquisas mostram que a presença de um pet pode, por exemplo, ajudar pacientes em tratamento de doenças, diminuindo sua ansiedade e quadros depressivos, além da redução da sensação de solidão e desânimo motivados pelos procedimentos realizados. Existem até em nosso país, os chamados pets terapeutas, onde as ONGs (Organizações Não Governamentais) realizam este trabalho levando os animais até instituições de tratamento oncológico para passar o dia com os enfermos e seus familiares no hospital. (clique aqui para saber mais)

 A pergunta é: este tipo de relação é algo que conseguimos comprar? Quando optamos pela compra de um pet, além de, mesmo que indiretamente, estarmos contribuindo com toda a operação do comércio que é invisível aos nossos olhos, esta atitude pode também abrir margem para descartá-los quando não atenderem mais às nossas expectativas.

Nos tempos atuais, pregamos e buscamos por empatia e sentimentos verdadeiros. Quando propagamos este discurso, queremos que ele aconteça da maneira mais natural possível, pois reciprocidade de afetos não são como mercadorias que encontramos à venda. Entretanto, um animal nos proporciona tudo isso sem pedir absolutamente nada em troca, exceto carinho e atenção. Eles são capazes de nos oferecer o que buscamos e sempre atenderão às nossas expectativas. Estarão ao nosso lado, independente de cor, etnia, religião, posicionamento político, gosto musical, entre outras coisas. Porém, às vezes, não estamos prontos para retribuir tal afeto e atenção. Uma das melhores e mais genuínas formas de colaborar com o tanto que é entregue a nós, é contribuindo com o fim do comércio animal e incentivando mais a adoção. Adoção é atitude de amor.

A “humanização” de animais domésticos no Brasil e no mundo vem sendo um dos assuntos mais discutidos dos últimos tempos nas mídias sociais e até mesmo fora delas. Com isto, consequentemente, debate-se também o questionamento sobre a forma que estes animais são obtidos por suas famílias. A comercialização de pets para muitos é algo comum, pois as vezes é o método mais fácil de conseguir a raça específica e tão sonhada. Já para outros, que militam diariamente sobre o fim do comércio, preservam e defendem rigorosamente o conceito de que vidas, sejam elas quais forem, não têm de ser compradas.

Perdura-se no Brasil um grande número de casos de maus-tratos contra os animais domésticos. Este crime é cometido de diversas maneiras pelo homem, seja ele o espancamento, a zoofilia (envolvimento sexual de humanos com animais), a prática de rinhas, a exaustão de matrizes pela repetida realização da reprodução, o abandono, entre outros. Este último, segundo a Organização Mundial da Saúde, já passa de 30 milhões no Brasil, dividindo-se entre 10 milhões gatos e 20 milhões cachorros. Já em todo o mundo, há cerca de mais de 200 milhões de animais abandonados.

Essas ações desencadeiam inúmeros danos à saúde do animal. Assim como existem tutores que dariam a vida pelo seu animal, para outros, eles equivalem somente a mercadorias. Os cuidados com um pet de estimação vão além de alimento e água.

 

Quando falamos de saúde e bem-estar do animal, não podemos deixar de citar as 5 liberdades. Conceito apresentado pela primeira vez em 1965 pelo Comitê Brambell e aperfeiçoado pela Farm Animal Welfare Council (FAWC, Inglaterra) e que vem sendo referenciado em todo o mundo para estudos da segurança do animal. São elas: Livre de fome e sede; livre de dor e doença; livre de desconforto; livre de medo e de estresse e livre para expressar seu comportamento natural. Todas essas liberdades destinam-se apenas sob o ponto de vista do animal e não do homem e deveriam ser rigorosamente respeitadas.

Segundo informações da Banfield Pet Hospital, empresa privada sediada em Vancouver, Washington, EUA, que opera clínicas veterinárias, a castração e esterilização de animais contribuem para uma probabilidade de vida maior para eles. “Devido ao fato de que cães e gatos envelhecem muito mais rápido do que os humanos - um ano para um humano é cerca de cinco a sete anos para um cão ou gato - é especialmente importante que os donos de animais de estimação entendam os fatores potenciais que podem afetar a duração de seus animais de estimação . Além da esterilização e castração, outros fatores contribuintes, como genética, tipo e tamanho da raça, localização geográfica de um animal de estimação e a quantidade de cuidados preventivos que ele recebe, podem ter um impacto na expectativa de vida geral do animal. Os pilares do cuidado preventivo incluem vacinas, controle de parasitas, atendimento odontológico, nutrição e treinamento comportamental, entre outras coisas”.

A veterinária Mayara Geovanna, 23, destaca a importância e o desafio do médico veterinário na vida do animal e ressalta a falta de valorização de sua área. “Para mim, ser médica veterinária é um grande desafio. Tanto na parte de descobrir o que está acontecendo com o animal, baseando-se somente nos poucos sinais que ele apresenta ou histórico que eles possuem ou quando, infelizmente, não conseguimos salvá-lo. E existe também o conceito de saúde única, pois não cuidamos apenas da saúde animal, mas da saúde pública e ambiental” diz.

 

Vale a pena reforçar que, atualmente, o crime de maus-tratos encontra-se no artigo 32 da lei de Crimes Ambientais 9.605/98 e tem pena de três meses a um ano de reclusão, mais multa para o praticante. Além disto, foi também sancionada em setembro deste ano, pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro, a lei 1.905/2019 que aumenta a punição para quem praticar atos de abuso, ferimento, mutilação e maus-tratos contra animais, com o objetivo de conter tais condutas. Esta lei abarca também animais silvestres, nativos ou exóticos, além dos domésticos.

 

Para a enfermeira Damaris Martins de Godoy, 50, uma das fundadoras do projeto SOS Bicharada localizado na zona leste de São Paulo, na região de Itaim Paulista, o abandono animal é uma das coisas mais cruéis que podem acontecer no planeta Terra, pois, segundo ela, o ser humano tem opção, já o animal não. “Muitas vezes ele (o ser humano) não quer sair da rua, não quer sair das drogas etc. Ele faz uma escolha, já o animal não. Se você abre a porta, ele sai e não volta nunca mais. Portanto, somos totalmente favoráveis a ações que conscientizem a população sobre o perigo e a crueldade que é o abandono. O animal abandonado só te pede respeito e amor. Costumo dizer que, por mais que ele tenha sofrido maus-tratos, violências e situações penosas, ele está sempre disposto a começar de novo, a te dar uma segunda chance. Então, para nós, combater o abandono é algo imprescindível’’ conta.

 

Filhotes para adoção na ONG SOS Bicharada. (Foto: Damaris Martins de Godoy)

Cães aguardando para serem adotados na Entidade Filantrópica Dog's Heaven localizada em Petrópolis - RJ (Foto: Marcelo Pamplona)

Damaris, juntamente com sua filha e sua amiga Lucy tiveram a ideia de iniciar um projeto de resgate, reabilitação e adoção dos animais em situação de rua, em 2016. Tudo começou com a história da cadelinha July, uma poodle muito machucada que a enfermeira encontrou no caminho para o trabalho e resolveu ajudá-la. Em seguida, elas resolveram dar continuidade no trabalho em prol da causa animal, nascendo assim, a SOS Bicharada. Ouça a seguir o podcast com a história da cadelinha Jully:

SOS Bicharada
00:00 / 06:33

Ela defende fielmente a adoção de animais e diz que a compra dos mesmos é desnecessária. “Eu, a SOS Bicharada e todas as pessoas que militam conscientemente sobre a causa animal, somos totalmente contra este tipo de ação. O animal não é uma coisa, um objeto que você possa comprar, negociar e que você possa vender. É desnecessário, no país como o nosso, a comercialização de um animal.”

 

A comercialização de animais domésticos é um assunto que levanta divergentes opiniões, pois ela pode ser um grande influenciadora nestas ações humanas. Para os protetores da causa que promovem constantemente a adoção e batalham por leis mais duras aos agressores, a compra de um pet vai completamente fora da curva dos que acreditam e tentam preservar.

 

A enfermeira acredita que o ato da adoção vai muito além da troca entre o animal e o homem. Ela presume que nós nos beneficiamos mais do que o próprio pet. “[...] O homem quando se encontra em uma situação desfavorável, se ele adota um animal, o quadro muda. Sabemos de trabalhos terapêuticos com animais em que as pessoas saem de quadros depressivos, casos de melhoria de imunidade no tratamento de câncer etc. Ter um animal por perto é uma questão de saúde, então as vantagens de se adotar são incontáveis [...] Não existe contraindicação para adoção de animais, só temos pontos favoráveis. Nosso trabalho é justamente para isso, incentivar as pessoas a adotarem. Se cada família adotasse um animal, não teríamos mais esta situação que vemos no Brasil” conta.

 

Já Gabriel Santos Chaves, 29, também protetor da causa animal, relata que as vendas atrapalham muito o trabalho que ONGs e institutos realizam diariamente. “[...] Enquanto houver esse número expressivo de bichos na rua, sempre será um problema você pagar por uma vida. É imoral você comprar um animal com tantos precisando de um lar, inclusive na calçada da pessoa que compra. Então precisamos nos unir para reverter isso. É o que sempre falo, não existe animal de rua, existe animal na rua. Nós domesticamos estes animais e nós os abandonamos. Alguém abandonou uma vez e foi ficando comum. Então teve a primeira cria e foi ficando comum. É normal você sair para trabalhar e olhar um animal na estação de trem e você seguir com a sua rotina sem se importar.  Porque aquele animal já virou um símbolo rotineiro e não é para ser. É para ser motivo de espanto toda vez que a gente encontrar um animal na rua, porque não deve ter animais na rua. Eles são domésticos e precisam de lares, de tutela, de alimento todo dia, de uma guarda responsável. Então as vendas atrapalham muito. Quem compra, ratifica que um animal de raça tem preço e um animal sem raça merece estar na rua porque ele não tem preço, quando na verdade ambos têm valores que são impagáveis” reforça.

 

Gabriel é responsável pelo projeto Casa do Vira-lata que resgata, trata e promove a adoção de animais encontrados em situações deploráveis. “A ideia do projeto Casa do Vira-Lata surgiu bem depois das minhas primeiras adoções. Eu tinha um perfil de Receitas Veganas, porque eu adorava cozinhar, então eu compartilhava com um grupo bem pequeno de pessoas. Um dia eu peguei uma cãozinha no cio, levei para casa e pensei ‘não vou deixá-la sozinha e no cio, vou tentar um adotante para ela’. Essa cãozinha que estava prenha acabou dando à luz a nove filhotes na minha casa. A gente fez todo esse acompanhamento deles. Vermifugamos, vacinamos a primeira dose e quando esses filhotes atingiram a idade mínima, já tinham desmamado e poderiam ser doados, eu usei esse perfil de receitas veganas para fazer as doações deles. Antes de terminar adoção de todos, apareceu mais oito filhotes. Eu assumi também esses oito, terminei de doar os que já estavam prontos, fiquei com estes na garagem” conta Chaves.

 

O ativista lembra que enquanto providenciava a doação dos cães, recebeu um novo chamado de ajuda perto da casa de seu pai, na entrada do Rodoanel. “Fui até lá porque disseram que tinham quatro cãezinhos. Quando eu cheguei eram doze. Então fiquei com um total de 20 cães. Foi um desafio surreal, mas muito gostoso. Lembro com muito carinho de tudo isso. Resolvi então mudar o nome do perfil de Receitas Veganas para “Adota o cão” e comecei a postar todos esses filhotes lá para ter um canal de visibilidade. Por serem filhotes, cresceram bem rápido porque muita gente gosta e procura por filhote [...]”.

 

Ele conta que o projeto começou como “Adota o cão” e quando postava em suas redes os cães de raça, ocorria uma chuva de comentários de pessoas interessadas em adotá-los, mas o mesmo não acontecia com os animais sem uma raça preestabelecida e aquilo o incomodou muito. Por isso resolveu mudar o nome do projeto para Casa do Vira-lata e começou a conscientizar as pessoas a darem uma chance para estes animais.

 

Podemos encontrar também um grande número de pessoas que não veem o comércio animal como um grande problema, desde que este ato seja realizado de forma consciente e que não prejudique a higidez do animal.

 

Marcelo Pamplona, 56, oficial da marinha aposentado e que atualmente faz parte grupo Dog’s Heaven que cuida de animais abandonados na região de Petrópolis – RJ até que sejam adotados, vê o problema na atividade humana que muitas vezes é cruel. “Na minha opinião a comercialização em si não é um problema. O problema está nas pessoas que fazem esta atividade de maneira errada, abusando dos animais, não sendo éticas. A comercialização ilegal é um caso sério. Aliás, qualquer atividade feita dessa maneira acarreta dificuldades de diversas ordens. No caso dos animais, é mais contundente pois trata da vida deles” diz.

 

Pamplona conta que sempre teve uma ótima relação com animais e teve muitos cachorros em sua infância. Quando se aposentou, mudou para a região de Secretário, juntamente com sua esposa. Com um tempo, encontrou uma veterinária e logo resolveram iniciar um trabalho de castração com animais de rua na região, com o apoio um do outro. Através de uma consequência natural, se aproximou de Guilherme, fundador da Dog’s Heaven e que também levava os animais para serem castrados com esta veterinária.

 

A história desta entidade filantrópica deu início em 2009, quando Guilherme começou a abrigar animais de rua em sua casa. “O Guilherme é arquiteto e morava nos EUA. Aposentou-se e voltou fixando residência em Secretário. Começou a abrigar cachorros de rua em situação de maus tratos em 2009, na sua casa. Em 2012, já com uns tantos animais, ele resolveu alugar um terreno próximo, construiu um canil e criou a instituição. Hoje, a Dog’s Heaven abriga cerca de 280 cães e conta com uma rede de 140 voluntários e uns tantos associados” revela o oficial da marinha aposentado.

 

Seis amigos em uma das baias de alvenaria da Entidade Filantrópica Dog's Heaven. (Foto: Marcelo Pamplona)

Para a veterinária, Mayara Fernanda, 27, o comércio animal é um assunto polêmico. Ela se diz a favor da adoção e ainda acrescenta que existem muitos animais até de raça que os criadores acabam abandonando. Ao ser questionada sobre alguma história relacionada a este assunto que a marcou, ela revela que foi de uma bulldog francesa. “Eu estava fazendo o protocolo vacinal dela que são as quatro primeiras vacinas. Sempre converso com o tutor, que não importa a raça ou se o animal foi comprado, pegado na rua ou abrigo, filhote ou adulto, sempre recomendo a castração, pois isso dá uma qualidade de vida maior para o animal [...]. Então, comentei que seria melhor pensar em castração quando ela fizesse seis meses, antes do primeiro cio. Expliquei todos os benefícios. Mas ele olhou para mim e disse que não podia castrar, pois ela tinha que fazer valer o valor que ele pagou nela [...] Ele não teve sentimento e amor ao comprá-la, foi uma transação comercial”.

 

Os relatos acima foram todos de pessoas que estão lidando com animais diariamente. Porém, e quem não está envolvido com a causa de uma maneira constante e só opta pela compra de um pet pois prefere uma raça em particular? Este é o caso da advogada Mariane Santos Brito, 26. Ela conta que, ao sair da casa da mãe e começar a morar sozinha, sentiu a necessidade de uma companhia, mas as casas em que morou nunca foram possíveis. Portanto, no momento presente, isto já é realizável. “[...] Atualmente, estou morando em um apartamento e a minha vontade até era de adotar um animal, mas o espaço é muito reduzido. Comprando um pet eu consigo dosar o tamanho e verificar a raça. Tenho vontade de ter um lulu da pomerânia ou um shitzu, porque são raças relativamente pequenas que eu posso colocar dentro de um apartamento e que não precisam de tantos exercícios. Então a opção de compra é exatamente por isso.”

 

A advogada diz ser a favor da adoção igualmente, mas que o único motivo que a impede de adotar é justamente por morar em um apartamento pequeno. Ela explica que tem muito medo do animal ficar muito grande e no final acabar tendo que doá-lo para alguém.

 

Quando questionada sobre se, em sua opinião, a venda de animais domésticos abre margem para a atuação do comércio ilegal, Mariane ressalta que estamos lidando com seres humanos, então a dificuldade acaba sendo um pouco maior. “Sem fazer nenhum tipo de juízo de valor, eu Mariane, acredito que nós temos que partir sempre do pressuposto da boa-fé. Porém, estamos lidando com seres humanos. É delicado pensar assim, mas é que eu já vi que existem grupos de pessoas que vendem animais domésticos visando somente o lucro, colocando os pequenos para cruzarem com os grandes, não pensando sequer na compatibilidade, podendo machucar um ao outro. Então, acredito que se formos olhar com olhos mais profundos, se a pessoa for ruim, abre margem sim. Não tenho coragem de pesquisar sobre isto mais afundo, porque não aguentaria ver coisas deste tipo” conta a advogada.

 

A analista financeira, Fernanda Vieira Clemente, 36, tutora da cachorrinha da raça shitzu, Mel, viu a compra da mesma como o caminho mais rápido para conseguir uma companhia para sua única filha que na época, tinha apenas 9 anos. Ela relata que a única coisa que levou em consideração antes de comprá-la foi saber se aquela raça especifica simpatizava ou não com crianças. Fernanda revela que Mel foi sua primeira compra, mas que na infância já teve outros cachorros, porém todos ganhados de presente.

 

No momento em que é perguntada sobre acreditar que a compra de um pet contribui ou não com o abandono, Fernanda argumenta. “Eu acredito que não, mas isso pode acontecer quando as pessoas acabam comprando por impulso e somente pela beleza do animal e conforme ele vai crescendo, fazendo xixi no lugar errado e não se comportando da maneira que os tutores esperavam, acabam doando ou abandonando o bichinho. Até mesmo dentro de casa eu acredito que este abandono acontece, quando o animal não atende as expectativas de quem o adquiriu.”

Caminhos para mudança

A chamada sociedade do consumo que retrata o avanço

do sistema capitalista ­­- intensificado no decorrer do século

XX nos EUA e espalhando-se pelo mundo todo até os dias

atuais - pode possuir grande relação com o comércio

animal. Estamos acostumados a comprar o que vemos nas

vitrines das lojas e não sossegados enquanto não

conseguimos. Para algumas pessoas, com o animal isso

funciona da mesma forma. Se esquecem somente que

eles não são objetos, como roupas e sapatos, por exemplo.

Dois cachorros em um teste de convivência na Entidade Filantrópica Dog's Heaven. (Foto: Marcelo Pamplona).

Não é possível afirmar que todas os indivíduos que escolhem pela compra de um animal, seja ele qual for, o adquirem  apenas por status. Há pessoas motivadas por sentimentos verdadeiros e optam por ter um animal para deixar o ambiente mais alegre e diminuir a solidão. Mas em sua maioria, se importam apenas com o pedigree do animal e sua exibição até mesmo nas mídias sociais para somente mostrar para outras pessoas. O segredo para que essa transação comercial tenha fim, é a informação. Seja com ativistas da causa animal, médicos veterinários, portais oficiais etc. O homem sempre perecerá pela falta de conhecimento. Quando um filhote é comprado, muitas vezes, não se sabe ao certo onde se encontra a mãe ou o pai dele, em quais condições eles foram cruzados ou se houve preocupação com a saúde básica de ambos. Essa contrariedade está ligada a atuação desleal do homem. É assim desde os primórdios. Seja a si próprio, ao próximo, ao meio ambiente e aos animais.

 

Outro conceito que deve ser abandonado, é a hostilidade com animais que não possuem uma raça estabelecida, deficientes ou que não são “bonitos o suficiente”. Estejamos cientes de que, o pet nunca se importará com o nosso exterior. Para ele, o que realmente importa é o sentimento e a troca espontânea em sua relação.

 

A quantidade de animais que precisam ser adotados é imensa. Se disponibilizarmos alguns minutos do nosso dia para pesquisar mais sobre essa indústria de vidas, lares para os cães, gatos entre outros animais, que estão superlotando institutos e entidades de adoção animal, não irão faltar.

© 2020 - Planeta Pets. Por Marina Gonçalves.

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